LIVRO NEGRO DAS SOMBRAS
Arde o meu corpo na frieza da distacia, oh ânsia envenenada,oh malabarbes cortantes em gestos viciados,oh sufoco ruidoso das
entranhas deteoradas pelo veneno dos liquidos antigos e de fumos ácidos;já os dados não rolam e a morte insiste numa lentidão
caustica desmembrando todo o corpo em filigramas imperceptiveis aos sentidos humanos, ate nada restar, abolindo assim toda a
geografia das emoções humanas, eu tento, apenas, respirar ao solo; Já fui calçada mal tratada e abusada e tambem ttodo um sem
fim de pavimentos, alcatroes, cimentos terra batida, pós e outros marcando inauditos caminhos rasgados em infinitos para
regoziso dos loucos e seus semelhantes, e de seus passos ora firmes ora cambaleantes na singular demanda do amor-mor, de algo
maior que nós mas ao mesmo tempo mais pequeno de algo imensamente maior que o próprio infinito mas que simultaneamente habite
a pequnez dos nossos corpos, de algo que alimente todos os sonhos e desejos sem os decapitar na sua voracidade alucinante, de
algo que dance junto do delirio sem ser delirio, de algo proximo da morte sem ser a morte, de algo que viva mais do que
propria vida,
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Será a cona a simbolização do infinito?
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Por enquanto...
Morrem muitas coisas nascem outras, a uma velocidade que desconheço o equilibrio...o meu corpo grita sou eu o teu pensamento sou a tua liberdade,a carne de que te alimentas e de que alimentas os teus, só isto e no entanto tudo isso.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
HEmisFÉrioS EqUatOrIAis
Termina o verão em alguma parte do mundo, as temperaturas implodem para o interior dos corpos suados rangendo o amor e rasgando a tepidez dos lencois humidos.
Algures no sul um inverno quente e uma bussola quebrada norteiam os pequenos passos e os gestos soltos.
Um corpo abandonado a sudoeste desloca-se no enlace do vento, fugiu do sol.
EU continuo a arder na direcção do fogo. Não mais posso inverter o movimento, a morte arrancár-me-á violentamente á vida, e ainda assim será inevitável a produção da exploção.
Algures no sul um inverno quente e uma bussola quebrada norteiam os pequenos passos e os gestos soltos.
Um corpo abandonado a sudoeste desloca-se no enlace do vento, fugiu do sol.
EU continuo a arder na direcção do fogo. Não mais posso inverter o movimento, a morte arrancár-me-á violentamente á vida, e ainda assim será inevitável a produção da exploção.
sábado, 29 de março de 2008
Tiva Uma Ideia...
Quis fugir do mundo, emergir apenas ocasionalmente à toa de uma folha branca, hibernar da Humanidade e viver a minha felicidade de um covil panorâmico e resgatar ao tempo a predadora vontade de tudo devorar e projectá-la na fecunda criação da solidão(enquanto disponibilidade de agenciar).
Remeter-me ao silêncio e apurar a audição ao imperceptível sonoro que nos emaranha a mente numa teia tecida de filigramas invisíveis e mover os passos sob esse solo suspenso em permanente esquizo-convalescência.
A água do mar a entrar pelas fugas da janela do telhado, lá fora faz sol um pouco de frio esta noite comprei uma bicicleta de três rodas sem guiador que vi de manha como uma espécie de visão nas tele-vendas da televisão por cabo internacional.
Atenção:-"Pousa o olhar
no que os olhos não vêem
rodopia o corpo
até ao limite
da perspectiva
continua a caminhar sobre
o fio suspenso
do abismo
não receies a caótica travessia marítima"
quinta-feira, 27 de março de 2008
Um segundo
terça-feira, 25 de março de 2008
COMUNICADO A-1
"Continuo em fuga..quase me privei de todo o contacto humano, agilizei os movimentos e dancei muito caminho agora sobre o limbo afiado dos acontecimentos de que sou criadora e engrenagem sol e terra fluindo no sangue poluído do mundo derramado sobre os desertos húmidos do sonho.
Penso em movimento.
Fragmentei o corpo e espalhei-o pela superficie computorizada da realidade, onde fluxos anestesiados formavam pântanos ocres onde flores murchavam antes do florir por falta de resolução....onde os corpos alimentavam a sua própria servidão...Escondi-me mostrando me muitas todos os meus defora vividos um a um num caleidoscópio esquizofrénico, caldeirão mágico do ser...
Sou incapturável, descentralizei tanto o meu ser que sou inlocalizável; confesso o regozijo que tal prazer me dá, mas não me basta! Não me basta!!Quero mais!!Escutem bem vou ser clara, já não o podem evitar, quero que essas partículas floresçam e se multipliquem criando focos de micro-revoluções, acordem vejam o futuro do vosso presente e na dança das palavras a aurora da emancipação "
Este comunicado foi divulgado por uma agência privada de comunicação, não se sabendo no entanto a veracidade da sua fonte facto pelo qual não podemos garantir a autenticidade de tais declarações.
O RUIDO
Acordou tarde a meio da noite com o silêncio despida sobre a água salgada que se perdia até ao horizonte do olhar e no nascer desse olhar sentiu em si pela primeira vez a superficie aguçada das coisas de todas as coisas possiveís e ímpossiveis.É agora que começa o meu amanhã, é agora que baralho o tempo e o aniquilo em velocidade, é agora...Dito isso começou a correr desenfresdamente sem mais demoras, atingiu a velocidade zero da sombra e desapareceu sem deixar rasto.
Mexericos mediáticos e quimeras mercantis procuram na ferozmente, por outro lado vozes conspiradoras e quiçá sonhadoras sussurram nas tabernas e nas ruas escuras que se tornou uma criança e o seu rosto uma leve folha branca;os lobos sentem-lhe o cheiro em rodopio num movimento de contra-mão, nada mais se sabe por enquanto.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
O labirinto..
Depois da ousadia com que saltara do parapeito da sua janela, no meio de um sorriso, a menina corria agora desenfreadamente pelo labirinto, nem a excessiva acumulação de barulho a incomodava. Os seus movimentos adquiriam a leveza e gravidade da composição musical embriagada, os seus gestos eram agora sonoros...uma rapidez maior a possuía...
Destituída da visão, depositava toda a esperança nas orelhas de Adriane, essas orelhas mágicas da afirmação positiva do eterno retorno.
No meio do labirinto cheirou uma rosa branca do jardim das flores do mal, uma rosa de um branco quase escuro como o seu jardineiro, que as envenenou com palavras da cidade em chamas; cidade antiga escondida no fundo dos oceanos no mais alto dos céus no horizonte mais distante...a cidade dos poetas malditos...
"tenho os lábios secos, oh grandes ruídos modernos", tenho os de vos amar assim com esta sede venenosa, insaciável; gritava a menina correndo sem parar para olhar.
Adormeceu muito tarde enrolada em si aconchegada com uma folha gigante...
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Fisica do corpo
"Sei que um dia, mais cedo ou mais tarde, também eu morrerei, mas se hei de morrer na solidão asséptica do quarto então antes o gume da liberdade."
Degostar cada segundo como um tempo inteiro e entregar me perdidamente à sua engrenagem sem pausas; agenciar o corpo num maquinismo maior e diluir a alma na carne, nos fluxos oleosos dos canais subterrâneos do mundo. Depois já próximo do êxtase rasgar a carne, dissecá-la minuciosamente com perícia de artesão e paciência de ourives e resgatar das suas veias mais secretas o sangue do poema. Depois alimentaremos regularmente a nossa embriagues com esse sangue, batido de desejo e loucura na ânsia colectiva de tudo criar.
...criar na emergência dos gestos um novo movimento, uma nova harmonia no desespero de um grito espelhado de sombras dilatadas pela lamina afiada das facas.
Poesia regada a vinho barato, de cor vermelha intensa, com reflexos violáceos, levemente metalizado pelo suor dos operários lembrando compotas sangrentas de tons labiais fatais.
A seda das palavras torna-se áspera, ferem a garganta no vómito repentino, no raio de ousadia com que buscam o dia com que anseiam a violência da luz...desconstruindo a exessiva organização dos ossos,,,
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
o Labirinto cresce, estende-se sob olhar distraído..
o Labirinto cresce, estende-se sob olhar distraído..as mãos soltam-se, dançam os dedos...
Lá fora faz sol, sombras rasgadas são projectadas nas paredes brancas, claras, os dedos acariciam esses traços fugidios, perseguem nos como ao vento; continua a faltar musica sábia ao nosso desejo, talvez o desejo seja livre como uma free session, talvez...
Lá fora faz sol, sombras rasgadas são projectadas nas paredes brancas, claras, os dedos acariciam esses traços fugidios, perseguem nos como ao vento; continua a faltar musica sábia ao nosso desejo, talvez o desejo seja livre como uma free session, talvez...
...e outro ou o mesmo em crescendo...
...há quem diga que se transformou num falcão azul e que voa sobre a cidade encantando os céus.
À noite o seu cântico ecoa por detrás das montanhas, transformando as noites vazias e frias num sonho aguçado.
Agora seu lugar na praça é ocupado por uma vendedora de estórias, ninguém a conhece, as pessoas param incrédulas. Olham. Comentam.
"Vejam, vejam, é cega!!"
Nos seus ouvidos entram murmúrios de gozo envoltos de remorso.
As crianças adoram-na, as suas estórias fazem-nas sonhar, levitar, é como se por cada palavra contada nos aproximássemos derradeira mente do grau-zero da leveza. As suas palavras evocam um antigo vendedor de sonhos, que voava sobre o azul nocturno do céu e falava com as montanhas na escuridão da noite. Deslizava como as sombras evaporando se em simbiose frenética com as nuvens, DISSOLUÇÃO. Daí observava a Terra e chora, muito, muitas vezes, originando enormes monções que cobriam quantidades enormes de território, gerando um cenário de caos e destruição... Depois nascia o sol e com ele milhões de novos focos de vida, Criação.
Do eco cortante do vento apenas se ouvia um murmurio desejante, rouco:"E deus fará de mim uma nova espécie de santo...E deus fará de mim uma nova espécie de santo..."
Outro menino...
Há séculos atrás que existia um rapaz que vendia sonhos;o seu rosto jovem não era compatível com a sua idade, diziam ter mais de mil anos.
Os transeuntes à sua volta riam e alguns apontavam-lhe o dedo como se por momentos seus braços e suas mãos fossem suas espadas. O vendedor de sonhos ia contra os conceitos da sociedade, ela era a profanação do catolicismo...não havia lugar para tamanho adultério.
Vender sonhos, que merda é essa?
A praça pública era para comércio de especiarias, seda, prostituição e enforcamentos pela manhã; mas não para o vendedor de sonhos. Ele velejava sobre as estrelas dormia suspenso no ar cantava o silêncio: -" loucura a mais bela sanidade mental, lucidez a mais triste e não mágica capacidade mental", dizia-o em plenos pulmões na praça para todo o povo.
Há quem diga que se suicidou, há quem diga que se evaporou e há também quem mais diga ainda e mais outra vez...Mas o que é que isso interessa?
Compras-te?
sábado, 12 de janeiro de 2008
Para Além do Óbvio
O pensamento de Sade não é redutível á loucura. É apenas um excesso, excesso vertiginoso mas excessivo cume do que somos.
Desse cume não nos podemos desviar sem nos desviarmos de nós próprios. Na impossibilidade de nos aproximar mos desse cimo, de nos esforçar mos ao menos por lhe subir as vertentes, vivemos como sombras amedrontadas e é diante de nós mesmos que trememos.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Estava eu sentado, perto do mar, a ouvir com pouca atenção um amigo meu que falava arrebatadamente de um assunto qualquer, que me era apenas fastidioso. Sem ter consciência disso, pus-me a olhar para uma pequena quantidade de areia que entretanto apanhara com a mão; de súbito vi a beleza requintada de cada um daqueles pequenos grãos; apercebia-me de que cada pequena partícula, em vez de ser desinteressante, era feito de acordo com um padrão geométrico perfeito, com ângulos bem definidos, cada um deles dardejando uma luz intensa; cada um daqueles pequenos cristais tinha o brilho de um arco-íris... Os raios atravessavam-se uns aos outros, constituindo pequenos padrões, duma beleza tal que me deixava sem respiração... Foi então que, subitamente, a minha consciência como que se iluminou por dentro e percebi, duma forma viva, que todo o universo é feito de partículas de material, partículas que por mais desinteressantes ou desprovidas de vida que possam parecer, nunca deixam de estar carregadas daquela beleza intensa e vital. Durante um segundo ou dois, o mundo parece u-me uma chama de glória. E uma vez extinta essa chama, ficou-me qualquer coisa que junca mais esqueci que me faz pensar constantemente na beleza que encerra cada um dos mais ínfimos fragmentos de matéria à nossa volta.
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domingo, 6 de janeiro de 2008
ANELO
Foi frio o dia, foi como se só agora voltasse a ter gestos no corpo. Neste corpo que se desfaz e apaga. Gestos, vagos, restos de qualquer coisa infantil e sem regresso. Um movimento muscular mínimo que se desapega e confunde no ar que circula aqui no quarto.
Corpo e ar um só.
Atropelo sem querer uma pena de almofada que esvoaça perdida enredada na aragem. Qualquer coisa que esqueço e esqueço e esqueço e volta.
Desejo
um sopro, anelo.
Anseio por ti
Desejo-te
Não estás aqui mas a sala inteira cheira, chove. Não suporto a chuva nem o vento, nem o som a bater na janela. Tenho a garganta seca como se fosse um dia quente. Desejo-te para além do limite e estou impassível aqui sentada. Ninguém sabe deste desejo, não se vê. Deixa-me só a garganta seca.
Choveu muito e fez sol. Agora não te desejo. Ficou esta sensação de secura e o corpo inteiro rasgado.
E desejo-te. A falta que me fazes alastra. Cria um espaço, largo.
Devia poder-te falar deste desejo todo. Assim fica um nó sem som.
Existe uma lei funda que define e é por ela que se alinha a vida. Quem a quebra corta e adianta a morte. Pressinto-a lá no fundo, forte, grande e não te digo.
Não te vás.
Incompreensível que ainda sinta aqui a meio do estômago naquele ponto preciso e impartilhável o nó que se desdobra e multiplica infinitamente por cada nervo ou fibra, e dói nos gestos que ainda me restam.
Chega devagar um torpor que se transforma.
Apagam-se os gestos todos quando fazemos amor. A consciência, a lei fica romba. Neste instante, o sexo, anelo, neste instante grito.
Para além da intensidade da luz ou da ausência dela abre-se em cada zona do corpo uma outra maior e outra. Impossível saber deste desejo. Só à passagem das tuas mãos, do teu braço num gesto lento do corpo inteiro quando te voltas e me tocas minimamente num pêlo, num centímetro de pele,
o teu sexo.
O teu desejo misturado com o meu, um corpo. Inteiro sem dores, uma superfície que é a velocidade do desejo.
Os restos do corpo onde tenho estas sensações rasgam-se. As pregas, as dobras, os recantos escuros desaparecem e já não é corpo é uma superfície um bloco único de sentir, elástico e um orgasmo e depois dele outro ou a continuação de um só subindo em intensidade, maior que qualquer número. Impossível de contar. A superfície muda, transforma-se numa pele transparente e sem peso.
O teu corpo não pesa é um conjunto de ritmos e calor, forte, qualquer coisa selvagem e do princípio, intensa. Vida na medida simples das sensações. Cheira a rosas.
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